terça-feira, 22 de março de 2016

MALHAÇÃO DE JUDAS


Malhação de Judas ou Queima de Judas é uma tradição vigente em diversas comunidades católicas e ortodoxas que foi introduzida na América pelos Espanhóis e Portugueses. É também realizada em diversos outros países, sempre no Sábado de Aleluia, simbolizando a morte de Judas Iscariotes.
Consiste em surrar um boneco do tamanho de um homem, forrado de serragem, trapos ou jornal, pelas ruas de um bairro e atear fogo a ele, normalmente ao meio dia.
Cada país realiza a tradição de um modo, alguns queimam o boneco em frente a cemitérios ou perto de igrejas. No Brasil é comum enfeitar o boneco com máscaras ou placas com o nome de políticos, técnicos de futebol ou mesmo personalidades não tão bem aceitas pelo povo.
Algumas cidades fazem da Malhação de Judas uma atração turística, como a cidade paulista de Itu. Famosa por seus objetos de tamanhos avantajados, os moradores da cidade aumentam o tamanho do boneco a cada ano, mas com um diferencial, no lugar de atearem fogo, é usando até mesmo dinamite, costuma-se chamar o Estouro de Judas.
No começo, o boneco representava a figura do Judas Iscariotes; aos poucos, outras personagens foram substituindo o traidor de Cristo, numa manifestação folclórica tradicional, da qual participa toda a comunidade, do avô ao neto. Os nossos Judas aparecem em postes, amarrados em carros, deitados nas ruas e, em muitos casos, deixam até testamentos. Além disso, às vezes, o ato da malhação é realizado ao som de músicas especialmente compostas para a ocasião.
A malhação de Judas está incorporada aos costumes dos povos de quase todo o mundo. Segundo a folclorista Meire Berti Gomiero Fonseca, que vem pesquisando o assunto há alguns anos junto com equipes formadas por seus alunos, a queima do Judas parece se relacionar ao rito pagão do Fogo Novo, herdado dos hebreus, sobrevivendo entre os povos civilizados. Na Córsega, no século XIX, era costume um grupo de rapazes percorrerem no Sábado de Aleluia as comunas da ilha gritando “Fogo Novo”; na Lorena Francesa, esse fogo era feito com palma benta dos anos anteriores na porta do cemitério; na Alemanha, vestiam um menino de Judas, para depois sofrer a prova do fogo sendo balançado pelos mais fortes e altos por cima da fogueira.
Cada lugar incorporou a queima de Judas de uma forma. Em Mittelbron e Nelling, os bonecos eram queimados em frente aos cemitérios e igrejas; no Alto Reno, queimavam-se vestimentas e ornamentos eclesiásticos no cemitério, bem como velhas cruzes e caixões. Na Suíça, o Judas era morto com fuzil, queimado, havendo o costume de quebrar louças sobre ele, enquanto em Portugal era submetido a julgamento, depois enforcado e queimado, o que provocava estouros de bombinhas colocadas dentro do boneco.
Há países em que a queima do Judas representa um repúdio às forças do mal e, por isso, o ato é praticado no início ou no fim das colheitas, para espantar os demônios que esterilizam as plantações. No Brasil, por sua vez, sabe-se sobre a malhação de Judas desde o século XVIII, quando, no Rio de Janeiro, os bonecos traziam fogos de artifício presos no ventre, que eram acesos no Sábado de Aleluia, e ardiam sob os aplausos frenéticos do povo, como uma vingança à morte de Jesus.
Ainda segundo Meire Berti, as primeiras descrições desse evento no Brasil foram feitas pelo gravurista Jean Baptiste Debret. De acordo com ele, o Judas era confeccionado com roupa e tecido de palha, com máscara e boné de lã que lhe formava a cabeça. Também eram colocadas bombas nas juntas para melhor dilaceração das partes na hora da queima, que era precedida pelo enforcamento.
 Fonte:http://zipgospel.com.br 

O JUDAS SEGUNDO A BIBLIA

       


        O nome de Judas Iscariotes aparece sempre no final da relação dos nomes dos apóstolos e geralmente com alguma descrição infame como “aquele que O traiu” (Marcos 3:19; Mateus 10:4) “que veio a ser o traidor” (Lucas 6:16). Judas Iscariotes exercia a função de tesoureiro no grupo apostólico (João 13:29). Por lidar com dinheiro, em outro texto, Judas é denominado de “ladrão”, o que se supõe que ele apropriava-se do dinheiro arrecadado que lhe era confiado (João 12:6). Com o objetivo de aumentar o fundo apostólico e de abastecer o próprio bolso, Judas Iscariotes critica a ação de Maria quando esta ungiu os pés de Jesus com um precioso e caro unguento (João 12:3-6), dando a desculpa de que o dinheiro poderia ser usado para ajudar os pobres. 

              A ambição de Judas o levou ao engano ao atender os principais sacerdotes para trair Jesus (Mateus 26:14-16; Marcos 14:10-11; Lucas 22:3-6), fazendo um acordo com eles para indicar-lhes Jesus em troca de trinta moedas de prata. Levou a cabo seu intento quando, oportunamente, conduziu os sacerdotes e um grupo de soldados até o Getsemani onde se encontrava o Senhor Jesus e os outros apóstolos. Por ironia o sinal para a identificação e prisão de Jesus seria o beijo que o traidor daria em sua vítima (Mateus 26:48-49). 
Vendo que Jesus fora condenado, abateu-se pelo remorso e tratou de devolver as moedas que havia recebido dos sacerdotes, os quais se negaram de aceitá-las e disseram-lhe que isso era problema seu e não lhes importava (Mateus 27:3-4). “E tendo ele atirado para dentro do santuário as moedas de prata, retirou-se e foi enforcar-se” (Mateus 27:5). 


            Em Mateus 27:5, relata o enforcamento de Judas Iscariotes que remoído pelo remorso suicidou-se. Mas em Atos 1:18, temos o relato de Pedro em que consta que Judas caiu de um precipício arrebentando-se nas pedras e todas as suas entranhas foram expostas. Provavelmente isso se deu quando ao tentar enforcar-se a corda tenha se rompido e em consequência caiu no precipício, vindo a morrer devido a queda. Judas morreu em sua própria porção de terra, provavelmente adquirida pelos sacerdotes em nome de Judas com as trinta moedas de prata, porque o dinheiro era legalmente dele e pôr ser maldito não podia ficar no tesouro do templo e então foi usado para comprar um lote de terreno conhecido como o “campo de sangue”. 
            O delator foi comprado para trair seu Mestre, mas Jesus não era inimigo de Judas, pois o próprio Senhor o chamou de amigo (Mateus 26: 50), o que atingiu a consciência de Judas. O apóstolo Pedro recorda que a traição de Judas não foi uma tragédia imprevista, mas parte dos desígnios de Deus predito no Antigo Testamento (Atos 1:18-20). 
Embora Judas Iscariotes seja conhecido como o apóstolo que traiu o Senhor, pode-se dizer que ele cumpriu fielmente a sua missão e o próprio Jesus já sabia de tudo o que havia de acontecer e tinha advertido a Judas que se apressasse em seu intento (Mateus 26:20-25). Dessa maneira estava sendo cumprida a vontade do Pai. 
            O Senhor Jesus ao chamar Judas Iscariotes ao apostolado o considerou seguidor e discípulo, entretanto, Judas converteu-se no traidor. Na realidade Judas Iscariotes nunca chegou a ser um verdadeiro seguidor de Cristo. Caiu do apostolado, mas nunca teve uma relação genuína com o Senhor Jesus. De modo que foi o “filho da perdição” e nunca foi salvo. O título máximo que deu a Jesus foi de “Mestre”, mas nunca “Senhor”. Judas foi um apóstata.

Fonte: http://pt.shvoong.com

segunda-feira, 21 de março de 2016

O EVANGELHO DE JUDAS PARTE II


O EVANGELHO SEGUNDO JUDAS


As palavras secretas da revelação que Jesus fez, durante uma semana, três dias antes de celebrar a festa da Páscoa, a Judas Iscariotes.
Quando Jesus apareceu na terra, realizou muitos milagres e sinais para salvar a humanidade. Desde então, enquanto alguns seguiram o caminho da retidão e outros pecaram, chamou os doze discípulos. Começou a falar com eles sobre os mistérios além do mundo e do que aconteceria no fim. Muitas vezes apareceu a seus discípulos, não como ele mesmo, mas na forma de uma criança. 
Certo dia, ele estava com seus discípulos na Judéia e encontrou-os piedosamente reunidos em torno da mesa. Quando se dirigiu a eles, que estavam reunidos, fazendo uma oração de ação de graças sobre o pão, riu. Os discípulos disseram-lhe: “Mestre, por que ris
sobre nossa oração de ação de graças? Fizemos o que é certo”. Mas ele respondeu-lhes: “Não rio por causa de vós. Vós não fizestes isso por vossa própria vontade, mas para louvar vosso Deus. Eles disseram: “Mestre, tu és (...) o filho de nosso Deus”. Jesus, porém, disse lhes: “Donde vós me conheceis? Em verdade, digo-vos que não há geração humana entre vós que me conhecerá”. Quando seus discípulos ouviram isso, ficaram zangados e começaram a ficar furiosos, ameaçando-o em seus corações. Ao ver sua falta de compreensão, Jesus falou-lhes: “Por que essa notícia vos irrita? Vosso Deus, que está convosco, (...) (35) provocou vossa ira em vossas almas. Deixai cada um dentre vós, que é forte o suficiente, para produzir o homem perfeito dentre os homens e conduzi lo ante minha face”. Todos disseram: “Nós temos a força”. Mas seu ânimo era muito fraco para enfrentá-lo, com exceção de Judas Iscariotes. Ele foi capaz de colocar-se à sua frente, mas não conseguiu olhar em seus olhos e baixou sua cabeça. Judas falou a Jesus: “Eu sei quem tu és e donde vieste. Tu vens do reino eterno de Barbelo e sou indigno de pronunciar o nome daquele que te enviou”. 
       Sabendo que Judas reproduzira algo sublime, Jesus falou lhe: “Afasta-te dos outros e eu te revelarei os mistérios desse reino. Tu tens a possibilidade de chegar a esse reino, mas passarás grande sofrimento. Do contrário, algum outro terá que cumprir tua tarefa, para que os doze possam voltar a ser um com seu Deus”. Judas, porém, disse-lhe: “Quando tu me revelarás essas coisas? Quando irromperá o grande dia da luz sobre essa geração”? Mas, quando ele disse isso, Jesus desapareceu. Jesus reaparece a seus discípulos Na manhã seguinte, depois que isso acontecera, Jesus apareceu novamente diante de seus discípulos. Eles disseram-lhe:
“Mestre, para onde foste e o que fizeste durante tua ausência?” Jesus, porém, respondeu-lhes: “Fui a outra geração grandiosa e santa”. Seus discípulos disseram-lhe: “Senhor, qual é essa geração grandiosa, que é superior a nós, que é mais santa que nós e que não é deste reino?” Ao ouvir isso, Jesus riu e falou-lhes: “Por que vós pensais em vossos corações sobre aquela geração forte e santa?.
        Em verdade, eu vos digo que ninguém, que nasce neste mundo, verá aquela geração e nenhum exército de anjos das estrelas reinará sobre aquela geração e nenhum mortal poderá relacionar-se com aquela geração, pois aquela geração não procede de (...) que veio a ser (...). Esta geração dos homens, da qual fazeis parte, é da geração da humanidade (...) poder, que (...) outras forças (...) pelas quais dominais. Quando seus discípulos ouviram isso, cada um deles agitou-se em espírito. Não conseguiram falar sequer uma palavra. Algum outro dia, Jesus apareceu-lhes. Disseram-lhe: “Mestre, te vimos, numa visão, quando tivemos grandes sonhos (...)”. Disseram: “Vimos uma grande casa e nela um grande altar, doze homens que chamaríamos sacerdotes e um nome; e uma multidão de homens esperava junto àquele altar (até) que os sacerdotes (...) e receberam as ofertas. Nós, contudo, continuamos esperando. Jesus disse: “Como eram os sacerdotes?” Eles, porém, disseram: “Alguns (...) duas semanas: (alguns) ofereciam seus próprios filhos; outros, suas esposas, em glória e humildade entre si; alguns dormiam com homens; outros estavam ocupados com lutas; alguns cometiam grande número de pecados e delitos contra a lei. E os homens, que estavam diante do altar, invocavam teu nome e, em todos os atos de sua insuficiência, os sacrifícios foram conduzidos ao seu acabamento (...)”. Depois que disseram isso, calaram, pois estavam muito agitados. Jesus, porém, disse-lhes: “ Por que estais agitados? Em verdade, eu vos digo, todos os sacerdotes, que estão de pé diante do altar, invocam meu nome. De novo, digo-vos que meu nome está escrito naquele (...) das gerações de estrelas, para todas as gerações humanas. E eles plantaram árvores, que não produziram frutos, em meu nome, de maneira vergonhosa”. Jesus, porém, disselhes: “Aqueles que vistes receber as ofertas no altar são aqueles que
vós sois. Este é o Deus a quem vós servis, e vós sois os doze homens que vistes. A multidão trazida para o sacrifício, que vós vistes, é a multidão de homens que desviastes do reto caminho diante desse altar (...) estamos e meu nome é usado dessa maneira e gerações de piedosos lhe permanecerão fiéis (...) e depois lá estará outro homem dos prostitutos e outro dos assassinos de crianças e outro homem daqueles que dormiram com homens e aqueles que vivem abstêmios e o resto do povo impuro, transgressor das leis e
dos delituosos e aqueles que dizem ‘nós somos como anjos’ são as estrelas que tudo levarão ao acabamento. Às gerações da humanidade foi dito: “Eis que Deus recebeu tua oferta das mãos de um sacerdote” – que é um servo de delitos. Mas é o Senhor, o Senhor do Universo, quem fala: “No último dia, serão lançados na vergonha”. Jesus disse-lhes: “Parai de oferecer (...) que tendes (...) sobre o altar, aqueles que estão acima de vossas estrelas e de vossos anjos e já chegaram ao seu acabamento lá. Assim deixai-os ser seduzidos diante de vós e deixai-os partir (faltam cerca de 15 linhas). Um padeiro não pode alimentar todos os seres debaixo do céu. E (...)”. Jesus disse-lhes: “Deixai de lutar contra mim. Cada qual de vós tem sua própria estrela e cada (faltam cerca de 17 linhas) (...), mas ele deve vir para irrigar o paraíso de Deus e a geração, que permanecerá, uma vez que não maculará o curso da vida dessa geração, mas, (...) até toda eternidade”.
Judas disse-lhe: “Mestre, que tipo de frutos esta geração apresentará?” Jesus respondeu: “As almas de todas as gerações de homens morrerão. Quando esses homens cumprirem o tempo do reino e o espírito os abandonar, seus corpos morrerão, mas suas almas viverão e serão elevadas”. Judas disse: “E o que fará o resto das gerações humanas”? Jesus respondeu: “É impossível semear sementes sobre uma rocha e colher seus frutos. Este é também o caminho (...) as gerações maculadas (...) e a sofia corruptível (...) a mão, que criou homens mortais de modo que suas almas subam aos reinos eternos. Em verdade, eu vos digo (...) anjos (...) o poder verá isso (...) aqueles a quem (...) gerações santas (...)”. Depois de dito isso, Jesus retirou-se daí. Judas fala de uma visão Judas disse: “Mestre, agora que ouviste a todos, ouve-me também a mim, pois eu tive uma visão grandiosa”. Ao ouvir isso, Jesus riu e disse-lhe: “Tu, décimo terceiro espírito, por que tentas sempre de novo? Mas fala, que agüentarei contigo”. Judas disse lhe: “Na visão vi-me a mim mesmo sendo apedrejado pelos doze discípulos e me perseguiam seriamente. Cheguei ao lugar, onde (...) depois de ti. Eu vi uma casa (...) e meus olhos não conseguiram abranger sua grandeza. Grandes homens a cercavam, e a casa tinha um telhado de palha e no meio da casa havia uma multidão de gente (faltam 2 linhas), diziam: Mestre, leva-me com essa gente”. Jesus respondeu, dizendo: “Judas, tua estrela te enganou”. E prosseguiu: “Nenhum mortal é digno de pisar na casa que tu viste, pois esse lugar é reservado aos santos. Lá não haverá sol, nem lua, nem dia, mas os santos lá permanecerão para sempre em glória eterna
com os santos anjos. Vê eu te revelei os mistérios do reino e te informei sobre o erro das estrelas e (...) mandei (...) para as doze idades”. Judas disse: “Mestre, pode ser que minha semente seja controlada pelos governantes?” Jesus respondeu-lhe, dizendo: “Vê, eu (faltam 2 linhas), mas tu te afligirás muito, quando vires o reino e todas as suas gerações”. Quando ele ouviu isso, Judas disse-lhe: “Para que é bom que eu receba isso? Que tu me escolheste dessa geração”? Jesus, porém, respondeu, dizendo: “Tu serás o décimo
terceiro e serás amaldiçoado pelas gerações vindouras e virás para dominar sobre elas. Nos últimos dias, amaldiçoarão tua elevação para a geração dos santos”. Jesus disse: “Vem, para que eu te possa ensinar mistérios que antes nenhum homem alguma vez viu. Pois existe um reino grande, infinito, cuja extensão nenhuma geração de anjos já viu, no qual há um espírito grande e invisível, aquele nenhum olho de anjo jamais viu, nenhum pensamento do coração jamais o pôde compreender e nunca se o chamou por algum nome”.
        E apareceu uma nuvem brilhante, e ele falou: “Cria um anjo como meu servo”. Um anjo grandioso, que irradiava a eternidade divina, saiu daquela nuvem. Através dele, surgiram mais outros quatro anjos de outra nuvem e tornaram-se servos do eterno celestial. O eterno disse: “Deixa (...) surgir (...) e surgiu (...). E ele criou o primeiro astro para dominá-lo. Ele disse: “Cria anjos para servir-lhe”, e apareceram inúmeros coros de anjos. Ele disse: “Cria um mundo iluminado e foi criado”. Ele criou o segundo astro para
dominá-lo, juntamente com inúmeros coros de anjos, que lhe ofereceram seus serviços. Dessa maneira também criou os outros mundos iluminados. Deixou-os dominar sobre eles e criou para eles coros incontáveis de anjos para ajudá-los. “Adamas estava na primeira nuvem brilhante, que nenhum anjo jamais vira, entre os quais todos aqueles que são chamados ‘deus’. Ele (...) o (...) a imagem (...) e segundo a forma desse anjo. Ele deixou aparecer a geração incorruptível de Seth (...) os doze (...) os quarenta e dois (...). Fez aparecer 72 astros naquela geração incorruptível, conforme a vontade do espírito. Os 72 astros, por sua vez, fizeram aparecer 360 astros, entre a geração incorruptível, segundo a vontade do espírito, de modo que o seu número correspondia a cinco para cada. Os doze mundos dos doze astros fundam seu Pai com seis céus para cada mundo, de modo que há 72 céus para os 72 astros e, para todos (50) eles, cinco firmamentos para um total de 360 firmamentos (...) foi-lhes dado o domínio e receberam um grande exército de anjos sem número, para honra e veneração e depois igualmente espíritos virgens, para honra e veneração de todos os mundos, dos céus e de seus firmamentos”. “O grande número desses imortais chama-se cosmos – isto é corrupção – através do pai e dos 72 astros, que são com o eterno e seus 72 mundos. Nele apareceu o primeiro homem com suas forças
incorruptíveis. E a idade que começou com essa geração, a idade, na qual há uma nuvem de saber e de anjos, é (...) chamada (...) idade (...). Depois disse: “Cria doze anjos para dominar o caos e o mundo inferior”. E da nuvem surgiu um anjo, de cuja face cintilavam chamas e cuja aparição estava maculada com sangue. Seu nome era Nebro, que significa rebelde; outros o chamam Yaldabaoth. Um outro anjo, Saklas, também saiu daquela nuvem. Nebro criou seis anjos, como também Saklas, para serem servos, e esses criaram
doze anjos nos céus, dos quais cada qual recebeu parte do céu”. Os doze senhores disseram aos doze anjos: “Deixem que cada um de vocês (...) e deixem-nos (...) geração (falta uma linha) anjos. O primeiro é Seth, que é chamado Cristo. O segundo é Harmathoth, que (...). O terceiro é Galila. O quarto é Yobel. O quinto é Adonaios”. Esses são os cinco que reinarão sobre o mundo inferior e, antes de tudo, sobre o caos. Então Saklas falou a seus anjos: “Façamos um ser humano segundo a forma e segundo a imagem”. Formaram Adão e sua mulher Eva, que na nuvem é chamada Zoé. Através desse nome, todas as gerações procuram o homem e cada um chama a mulher por este
nome. Agora, porém, (...) Sakla (...) não fez (...) comandar (...). E o senhor disse a Adão: “Viverás uma vida longa com teus filhos”. Judas disse a Jesus: “Qual é a grande extensão do tempo na qual viverá o gênero humano”? Jesus respondeu: “Por que tu te admiras do fato de Adão, com sua geração, ter vivido naquele lugar no qual recebeu seu reino em vida longa com seu senhor”? 
Judas perguntou a Jesus: “Pode o espírito humano morrer”?
Jesus respondeu: “Esta é a razão pela qual Deus ordenou a Miguel dar aos homens seus espíritos como um empréstimo, de modo que o possam servir, mas o Grandioso ordenou a Gabriel conceder espíritos à grande geração que não tem Senhor acima de si – isto é, o espírito e a alma”. Além disso, o resto das almas (falta uma linha). “(...) Luz (faltam cerca de duas linhas) para (...) deixa (...) espírito, o qual habita em ti, nesta carne no meio das gerações de anjos. Mas Deus propiciou que a Adão e àqueles que estavam com ele fosse concedido saber (conhecimento), assim que os reis do caos e do mundo inferior não pudessem mandar sobre eles”. Judas disse a Jesus: “Então o que esta geração fará”? Jesus respondeu: “Em verdade, eu vos digo, para cada um deles suas oportunidades são conduzidas ao fim pelas estrelas. Quando Saklas terminar o tempo determinado para ele, aparecerá sua primeira estrela, com as gerações, e completarão o que prometeram. Depois viverão de maneira desregrada, em meu nome, e matarão seus filhos e (faltam 6 linhas) tua estrela sobre a décima terceira idade”. Depois disso, Jesus riu. Judas disse: “Mestre, por que ris”? Jesus respondeu, dizendo: “Não rio por causa de vós, mas dos erros das estrelas, pois essas seis estrelas vagam com esses cinco adversários e todos perecerão juntos com suas criaturas”. 
Judas disse a Jesus: “O que aqueles que foram batizados farão em teu nome”? Jesus disse: “Em verdade, eu te digo, este batismo (...) meu nome (faltam 9 linhas). Em verdade eu te digo, Judas, esses que oferecem sacrifícios a Saklas (...) Deus (faltam 3 linhas) todo mal.
Mas tu superarás todos. Para ti ofertará o homem que me veste.
Já foi elevado teu Hom,
Teu Zom foi desenvolvido,
Tua estrela mostrou-se brilhante



O EVANGELHO DE JUDAS PARTE I


 É um evangelho apócrifo, atribuído a autores gnósticos nos meados do século II, composto de 26 páginas de papiro escrito em copta dialectal que revela as relações de Judas com Jesus Cristo sob outra perspectiva: Judas não teria traído Jesus, e sim, atendido a um pedido deste ao denunciá-lo aos romanos.
Desaparecido por quase 1700 anos, a única cópia conhecida do documento foi publicada em 6 de abril de 2006 pela revista National Geographic. O manuscrito, autentificado como datando do século III ou IV (220 a 340 D.C.), é uma cópia de uma versão mais antiga redigida em grego. Contrariamente à versão dos quatro Evangelhos oficiais, este texto clama que Judas era o discípulo mais fiel a Jesus, e aquele que mais compreendia os seus ensinamentos. O seu conteúdo consiste basicamente em ensinamentos de Jesus para Judas, apresentando informações sobre uma estrutura hierárquica de seres angelicais e outra versão para a criação do universo.

Discípulo favorito

"Aqui Judas não é o malvado, corrupto, perverso e quase demoníaco seguidor de Jesus que trai o seu mestre; é, pelo contrário, o mais íntimo e próximo amigo de Jesus, aquele que conhecia e compreendia Jesus melhor do que qualquer outro e que apenas denunciou Jesus às autoridades porque essas foram as suas instruções", sublinha Bart Ehrman, director do departamento de Estudos Religiosos da Universidade da Carolina do Norte.

"Tu excederás todos os outros. Pois tu sacrificarás o homem que me veste", escrevem os autores (desconhecidos) do Evangelho de Judas. O documento descreve conversas em que Jesus revela a Judas Iscariotes as verdades do mundo - o caos, o cosmo, os anjos, a criação da humanidade -, reforçando a ideia de que aquele era o discípulo predilecto e o único capaz de compreender o seu mestre. "Afasta-te dos outros e eu dir-te-ei todos os mistérios do reino. É possível alcançá-los, mas sofrerás muito", diz Jesus. O Evangelho aborda ainda o desprezo dos outros discípulos: "Numa visão, vi-me no meio dos doze discípulos, que me perseguiam e apedrejavam", descreve Judas. "Serás amaldiçoado pelas outras gerações -, mas acabarás por governar sobre elas", responde Jesus. Nenhum dos textos canónicos, nomeadamente os quatro evangelhos do Novo Testamento, oferece uma explicação consistente para a traição de Judas: Mateus, Marcos, Lucas e João interpretam de maneiras diferentes o mais enigmático episódio da Paixão de Cristo, apontando a ganância ou a influência do demónio como as razões que levaram Judas a denunciar Jesus às autoridades romanas. Agora, o Evangelho de Judas avança a predilecção de Jesus, e a devoção do seu discípulo, como os motivos que estão por trás da traição.

"A descoberta do Evangelho de Judas é um excitante avanço arqueológico que nos permite compreender melhor o mundo do início do Cristianismo", considera Donald Senior, professor de Estudos do Novo Testamento em Chicago. "Mas não rivaliza com os outros evangelhos e escritos canónicos nas suas considerações teológicas e históricas", acrescenta.

Fonte: http://pt.wikipedia.org - http://www.publico.pt

















ASPECTOS RELIGIÓSOS E HISTÓRICOS


Judas Iscariotes (em hebraico יהודה איש־קריות, Yehudhah ish Qeryoth; em grego bíblico Iouda Iskariôth ou Iouda Iskariotes) foi um dos 12 apóstolos de Jesus Cristo, que, de acordo com os Evangelhos, veio a ser o traidor que entregou Jesus Cristo aos seus capturadores por 30 moedas de prata. Era filho de Simão de Queriote (Jo 6, 71; 13, 26). Judas, em grego Ioudas, é uma helenização do nome hebraico Judá (יהודה, Yehûdâh, palavra que significa "abençoado" ou "louvado"), sendo, por sinal, o nome de apóstolo que mais vezes aparece nos Evangelhos (vinte vezes) depois do de Simão Pedro.

O seguimento apostólico
Judas Iscariotes foi escolhido como um dos 12 apóstolos de Jesus Cristo, sendo apresentado, na listagem dos seus nomes, sempre em último lugar (Mateus 10:2-4Marcos 3:16-19Lucas 6:13-16). Mais tarde, ele tornou-se infiel e iníquo, conforme apresentado no Novo Testamento. Era o encarregado da bolsa do dinheiro dos apóstolos: «tendo a bolsa, tirava o que nela se lançava» (João 12:6). Teria demonstrado exteriormente a sua fraqueza na cena da unção com óleo perfumado em Betânia, onde testemunhou que estava mais apegado ao dinheiro do que propriamente aos gestos concretos com que Jesus demonstrava a sua missão (João 12:1-6).

O Seguimento Jogatinoso
Embora os Evangelistas digam claramente que «Jesus sabia, desde o princípio, quem eram os que não criam, e quem era o que o havia de entregar» (João 6:64) e tivesse sido, de algum modo, aduzido e predito, caso se leia o Salmo 55 como uma referência ao que viria a suceder com Jesus, que o traidor seria um "amigo íntimo" - «Pois não era um inimigo que me afrontava; então eu o teria suportado Mas eras tu, homem meu igual, meu guia e meu íntimo amigo» (Salmos 55:12-13) -, há muitos que contestam se Judas estava ou não predestinado a ser o traidor.

A traição
Judas entregou Jesus por 30 moedas de prata (Mateus 26:15 - Mateus 27:3), que provavelmente seriam siclos e não denários como frequentemente se julga e afirma. Esse era o preço de um escravo (Êxodo 21:32). De acordo com o autor do Evangelho de Mateus, os principais sacerdotes decidiram não colocar essas moedas no tesouro do Templo de Jerusalém, mas, em vez disso compraram um terreno no exterior da cidade para sepultar defuntos (Mateus 27:6-7). Segundo Zacariasprofeta do Antigo Testamento, a vida e o ministério do prometido Messias (ou Cristo) seria avaliado em 30 moedas de prata (Zacarias 11:12-13). Isto significava que, segundo a leitura dos acontecimentos feita pelo evangelista Mateus, os líderes religiosos judaicos foram induzidos a avaliar a vida e ministério de Jesus de Nazaré como dotada de bem pouco valor.
A motivação da sua ação é justificada ou explicada, nos Evangelhos, de diferentes modos. Assim, nos Evangelhos mais antigos, os de Mateus e de Marcos, tal deveu-se à sua avareza (Mateus 26:14-16Marcos 14:10-11). Já nos Evangelhos de Lucas e de João o seu procedimento é subordinado à influência direta de Satanás - ο σατανας - (Lucas 22:3João 13:2-27) sobre as suas ações.
  
A morte
Os autores do Novo Testamento, relendo à luz da sua Fé as escrituras do Antigo Testamento, procuraram, de algum modo, mostrar que a morte de Judas fora análoga à que as Escrituras apresentavam para o "desesperado" («Vendo Aitofel que se não tinha seguido o seu conselho, albardou o jumento, e levantou-se, e foi para sua casa, se enforcou e morreu» (II Samuel 17:23) e para o "ímpio" (no deuterocanônico Sabedoria 4:19: «Em breve os ímpios tornar-se-ão cadáver sem honra, objeto de opróbrio para sempre entre os mortos: o Senhor os precipitará de cabeça para baixo, sem que digam palavra, e os arrancará de seus fundamentos. Serão completamente destruídos, estarão na dor e sua memória perecerá.»).
Assim, no caso do Evangelho de Mateus se relata que Judas Iscariotes, ao sentir remorsos, decide suicidar-se por enforcamento«E Judas, atirando para o templo as moedas de prata, retirou-se e foi-se enforcar» (Mateus 27:5), e nos Actos dos Apóstolos, o seu autor conta que caiu de cabeça para baixo, rebentando ruidosamente nos rochedos pelo meio: «Adquiriu um campo com o salário de seu crime. Depois tombando para frente arrebentou ao meio e todas as vísceras se derramaram» (Atos 1:18). Procurando-se harmonizar e combinar os dois relatos da sua morte pode-se dizer que Judas se terá enforcado, mas que a corda - ou o ramo da árvore onde esta estava atada - se terá quebrado. A vaga por ele deixada - segundo Atos 1:26 - foi preenchida por Matias.
Fonte:http://pt.wikipedia.org